Regresso, por instantes, ao meu bairro. Rever as caras que já não via há semanas. A banca da indiana está no mesmo sítio, com a mesma distância do mundo que sempre teve. O frio cai, sinto-o nitidamente, sobre as pedras, as casas e as pessoas. Senti, nítido, o clique entre a amenitude e o frio nocturno. Gostei de perceber que conservo a sensibilidade para as coisas invisíveis. Já noite, reparo que progressivamente as pessoas vão reinstalando o Natal. Como todos os anos, todos, todos, todos. Vou pensando, enquanto observo este mundo meu, que a bolha emocional é um estádio das relações pessoais e que um dia rebenta sempre. Por muito bem que as pessoas se dêem um dia zangam-se. As que são amigas superam. As que não são, não superam.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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