sábado, 20 de setembro de 2008

TRIGÉSIMAS-QUARTAS


Para um burguês ataviado, que gosta de escrever umas merdas de vez em quando, mais ao desabafo que ao literato, que é justamente o meu caso, a capa da última Ler é irresistível. "O homem que ensina Portugal a pensar" faz-nos comprar imediatamente a revista. Afinal de contas, quem será o magano que afinal pôs isto neste estado, é o que avidamente buscamos saber. Para lhe fazer o quê, logo se verá depois de ler. Depois, repuxando os olhos ao cimo, desperta-nos o divertimento do riso de Machado de Assis, cem anos depois. Sempre é um avanço poder rir sem ser da SIC e da TVI. O pior, como se não bastasse já, vem no título do meio: os livros que os nossos filhos, mais rigorosamente dos 6 aos 18 anos (não dos 7 aos 17, nem dos 5 aos 16, rigorosamente dos 6 aos 18!) devem ler "além dos livros escolares". Como? Oh Francisco: não pode pôr os titaleiros da revista em ordem? Então Vocências querem impingir uma lista do "deve ler"? Não esperava essa atitude da sua parte, muito menos dirigida a jovens ainda não dotados de suficientes intrumentos críticos de selecção. Mas você é que é o Director, aguente-se... Ah e vou continuar a Ler a revista, claro. Mas cuidado com os títulos.

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